domingo, 12 de setembro de 2010

Novo encontro, próspero encontro.

A cada dia me torno menos óbvia, mais vazia. Tenho me tornado uma expert em disfarçar com um sorriso, fazer gracinhas quando estou tão sem graça. Eu não consigo mais chorar, me sinto uma trapaceira dos meus sentimentos. Estou perdendo minha identidade, não me reconheço no espelho, só consigo perceber alguém que não tem algo pra chamar de seu. Não tenho terapeuta; minha única terapia é escrever e até nisso tenho me tornado uma paciente relapsa. Os dias têm passado mais rápido, vejo minha idade se acumulando, minha saúde se debilitando. Faço tratamentos paliativos na tentativa de me encontrar com o meu "eu" de não muito tempo atrás, que se perdeu em alguma tentativa frustrada de felicidade. Não, eu não estou completa e, como todo ser humano, eu nunca estarei satisfeita. Só que tenho andado bem distante da linha da "média satisfação", e cada dia que passa mato dois dragões pra alcançá-la, mas ela me parece mais distante. Eu me sinto burra, infantil, adolescente outra vez. O que eu quero de verdade é me encontrar de novo.